Um nome com seis letras

Foi numa tarde de verão que eu a conheci. Era difícil não percebê-la e não olhá-la. Quando passava atraía a atenção de todos, com seus longos cabelos negros e lisos dançando com o vento em um ritmo encantador. Seus olhos e sorrisos eram um pouco triste nas bordas, escondendo o medo com maquiagens escuras. Eu a senti se aproximando de mim, ela era tão fria quanto uma noite no deserto. Ela sabia que era a garota mais linda daquele lugar e que tinha um poder sobre todos os rapazes. Eu a conheci por pequenos minutos, um momento que eu nunca vou esquecer. Aquela garota com jeito de mulher, tão independente e confiante, quase intocável, tinha um medo profundo de qualquer tipo de relacionamento, de aproximações, de ligações. Ela tinha medo de se apegar demais a alguém. Sinceramente, senti uma vontade incontrolável de derramar lágrimas quando ela me disse, olhando em meus olhos, que ninguém nunca a curou e ninguém nunca quis seu bem. Por trás daquela capa de mulher forte, pude ver seu lado frágil. Ela me contou rapidamente, como se eu fosse a primeira pessoa a quem ela se abriu, que ela se entregou completamente à um amor, mergulhando num oceano profundo que afogou todo o seu lado doce e bonito. Um mar de flores lindas que se tornou em um pântano de tristezas, sugou-a e só deixou isso aí nela. Aquele olhar frio, aquele jeito sombrio. Eu não pude dizer nem uma palavra sequer, sem que ela me interrompesse com o dedo nos lábios, pedindo silencio. Ela partiu dali, sem mostrar indícios de suas feridas, sem querer parecer fraca suficiente para algum idiota querer derrubá-la. Ela seguiu, balançando seus cabelos e andando de um modo hipnotizante.

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