"Te esperar pra te dizer adeus"
Engulo o choro e me
proíbo intensamente de dramatizar.
Se ao menos algum dos
meus poetas preferidos ainda vivesse, talvez entendesse todo o meu excesso de
amor. Talvez fizesse todo o meu sofrimento ser algo normal. Mas é enlouquecedor
ser romântico em meio ao inverno dos corações. Ninguém se mostra conhecedor de
tal sentimento. Eu pareço exagerada, dramática e até mentirosa! Não minto
quando digo que só serei feliz completamente quando te ter completamente. E que
assim seja.
Oh, não, não posso mais... Não posso me permitir pensar assim. Tenho que controlar as batidas do meu coração, desviar os meus pensamentos, fugir de você. Um dia desses, eu quase consegui e clamava orgulhosíssima: esqueci tal pessoa, esqueci completamente.
Oh, não, não posso mais... Não posso me permitir pensar assim. Tenho que controlar as batidas do meu coração, desviar os meus pensamentos, fugir de você. Um dia desses, eu quase consegui e clamava orgulhosíssima: esqueci tal pessoa, esqueci completamente.
Mas você me aparece em
meio a chuva escondendo os olhos por trás dos óculos, mas expondo assim o
sorriso para que qualquer um possa vê-lo. Minhas pernas tremem naturalmente,
meu coração se alegra, embora tudo seja tão triste. Se fosse há duas semanas,
seria o dia do nosso reencontro, eu imaginaria “é um sinal, é um sinal, devo
lutar um pouco mais”. Porém, te ver hoje só me serviu como lembrete do meu
fracasso, da minha desilusão, da temível realidade. Você não é meu e quem sabe
nunca será. O sorriso que me oferece não é realmente pra mim. Os cabelos
bagunçados eu nunca poderei bagunçar. Os olhos... Ah, os olhos não hão de me
olhar. E, como se não fosse difícil o bastante me defender dos pensamentos da
improbabilidade de amor mútuo, você divulga em outdoors que agora é capaz de
amar. E ama...
Oh, Deus! Ama outra
garota! Uma tão doce que nem sequer consigo odiar. O que tenho a fazer se não
desistir? Pois, ao menos tua felicidade me serve de consolo. Ao menos que ela
te cuide, então.
Enquanto isso encerro
meus dramas e tento me encaixar no padrão frio de todos ao meu redor. Enfio um
sorriso na cara que saia de qualquer jeito, preparo as piadas e a ironia como
resposta para tudo e qualquer coisa e me obrigo a pensar em outra pessoa quando
surgir a sua imagem. Não vou me forçar a gostar de alguém que gosta de mim, nem
me tornar medíocre. Ou quero tudo ou não quero nada. Ou é você ou não é ninguém
mais. Então que se explodam todos os outros, que se exploda o meu romantismo,
vou me embebedar das bebidas mais geladas, me deixar influenciar pela politica
da insensibilidade e não mais me apaixonar! Vou segurar na mão, beijar na boca,
acariciar o rosto, trocar olhares e sorrisos e depois disso voltar pra casa sem
que nada me afete. Vou permitir que outros invadam meu mundo, sairei do meu
casulo. Superficialmente. Pois agora faço uma promessa: só voltarei a amar
quando for seguro.
Comentários
Postar um comentário