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"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o
processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá
muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar
deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa
jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito
tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê.
Melhor do
que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo
perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa
que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando
eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que
insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode
não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem
arrependimentos futuros!
Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter
dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura,
medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!"
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