[21:53, 2/4/2017] Ray:


    Quero compartilhar algo com você. Eu tenho um blog desde uns 14 anos mais ou menos, o nome dele veio a partir do sentimento de que sempre me mandavam calar a boca e ali, no blog, seria o meu espaço de poder falar. Então, o nome envolve um imperativo, mandando alguém calar a boca.
   Eventualmente, eu volto nele para personalizar de acordo com a fase da minha vida. Tipo, quando eu estava apaixonada, era um desenho de um casalzinho fofo. Quando eu estava mais depressiva, era um desenho mais solitário, enfim. Mas sempre algo estava presente: o mesmo imperativo.                      
  Hoje eu fui personalizar novamente. Ouvindo música, procurando algum desenho que em representasse, agindo bem “deixa a onda me levar”. Quando me dei conta, percebi que, ao invés de escrever o tal imperativo do nome do blog, eu escrevi outro. “Grite!”.                                               
   Nesse momento, eu percebi que sempre tive esse sentimento de que eu devia me calar, porque, o que quer que eu falasse, ia ser besteira, ia ser drama, ia ser ridículo, infantilidade, enfim. Ou, muitas vezes, falava rápido e alto demais para dar tempo de ser ouvida antes de ser interrompida.          
   Eu ter personalizado dessa forma não foi à toa.  Não que esteja bonito né, mas pela primeira vez eu coloquei o contrário. A voz de nenhuma mulher deve ser calada, menosprezada, ridicularizada. E a minha voz não deve ser também. O que eu digo, o que eu sinto, o que eu tenho medo tem tanta importância quanto o de outras pessoas.
   Quando eu me dei conta de que estava assim, eu pensei "haha, como eu tô grl pwr". E depois, me veio a palavra “empoderamento” na cabeça. E me veio com a sua voz.

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